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A alimentação humana vem sofrendo drásticas mudanças, sobretudo, após a Segunda Guerra mundial. A matriz dessas mudanças é a mesma das demais que ocorreram nos vários campos do estilo de vida humano – a afirmação do pensamento químico-mecanicista na biologia e a dominância da indústria petroquímica (combustíveis, derivados petroquímicos, indústria farmacêutica, defensivos agrícolas, adubos químicos, alimentos, alimentos transgênicos, cosméticos, etc.). O progresso/dominância da química se deu à custa do apagamento da noção de vida e natureza nas ciências e na cultura em geral. Portanto, não deveríamos ficar surpresos com os atentados promovidos diariamente contra a vida na nossa cultura. Somos uma cultura que não tem conexão com a vida. Não temos a menor noção do maravilhoso processo da vida que acontece em nosso organismo. Por isso, profanamos esse templo sagrado, alta expressão do processo de vida nesse planeta, e também o mais vulnerável. Não nos ensinam a arte de viver e sim a “arte de consumir”, e quase sempre a “arte de consumir” atenta contra a vida, pois quem nos ensina a consumir é o “public relation” da indústria química.
No relatório final do tribunal de Nuremberg está escrito: “Se não houvesse o cartel químico alemão não haveria a Segunda Guerra”. Essa indústria não teve qualquer perda com a guerra. Pelo contrário, experimentou um crescimento vertiginoso e acumulou um poder capaz de definir os rumos da civilização.
A questão da alimentação obviamente não poderia ficar imune. A medicina químico-mecanicista se incumbiu de dar o seu aval a todo o processo de intervenção na alimentação humana. Para tal, adotou dois tipos de posturas: uma ativa ao condenar o colesterol como o grande elemento degenerador do organismo (tese lipídica), e uma passiva no estilo avestruz de não dar bola para o impacto do processamento dos alimentos na saúde humana. Esse é o estágio em que nos encontramos. Os médicos sabem muito pouco sobre alimentação e o que sabem geralmente está errado. Na verdade, eles têm pouco interesse nesse campo. Estão mobilizados para a diagnose da doença e para o tratamento com drogas químicas no estilo “uma doença uma droga”. Poucos se sensibilizam para o estudo da alimentação humana. No entanto, aqueles que se sensibilizam encontram um campo maravilhoso de recursos terapêuticos e preventivos. Considero a alimentação humana e a medicina nutricional os instrumentos terapêuticos mais poderosos que um médico pode ter à mão.
O autor conseguiu se desvencilhar das amarras do saber oficial e entrou com sensibilidade no universo da alimentação. Segue os caminhos de Weston Price o grande precursor da medicina nutricional. Oferece um estudo atualizado, extensivo, bem articulado e com coerência ao longo de toda exposição. O leitor terá certamente em suas mãos um livro que lhe dará instrumentos para navegar com segurança nesse mar de desinformação e interesses inconfessáveis. O leitor médico e da área da saúde terá a oportunidade de contatar o campo moderno da medicina nutricional, fazer as mudanças de concepções e incorporar novos instrumentos à sua prática.
Não podemos minimizar no mundo de hoje o poder das novas idéias e novos conhecimentos. Eles podem catalisar grandes mudanças. O autor está fazendo a sua parte
Eduardo Almeida
Fevereiro de 2008
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